28 de abril de 2008

Linguagem e Neurociências: Frenologia

No final do século XVIII – século do iluminismo - o conhecimento sobre o cérebro e suas respectivas funções era praticamente desconhecido e dominado por muitas especulações e hipóteses. Grande parte de seu conhecimento advinha das dissecações feitas em animais e seres humanos mortos.

A frenologia, desenvolvida por um médico Franz Joseph Gall (1758-1828), anatomista e um dos primeiros a ilustrar as circunvoluções corticais. Ele acreditava que o cérebro seria uma máquina sofisticada que seria capaz de produzir pensamento, comportamento e emoção, onde na verdade, seria constituído por uma grande justaposição de órgãos. O fato de existirem muitas estruturas anatômicas com formatos variados, fez com que se pensasse em faculdades mentais responsáveis por cada uma dessas estruturas.

Gall postulou 27 faculdades “intelectuais e afetivas”, que se localizavam em órgãos específicos do córtex, onde quanto maior seu tamanho, maior seria o desenvolvimento de tal faculdade mental, causando protuberâncias nas partes do crânio.

Uma das funções estudadas por Gall foi a linguagem, especificamente a linguagem falada, que segundo ele, tinha sua sede num órgão sediado no lobo frontal (Ver Gall, 1796 e Combe, 1840).

Na continuação dada a esta corrente, Jean-Baptiste Boulliaud (1796-1881) afirmava que a linguagem falada tinha sede nos órgãos anteriores do cérebro e que por isso, os considerava como o “órgão legislador da palavra”. A partir deste pensamento, convidou Pierre Paul Broca (1824-1880) para testar a hipótese da perda de linguagem na seqüência da lesão do órgão que a produzia.


Para saber mais:
Caldas, A. C. A herança de Franz Joseph Gall. O cérebro ao serviço do comportamento humano, Lisboa, McGraw-Hill, 2000.

Schultz, D.P. & Schultz, S. E. História da Psicologia Moderna. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

Imagem:
http://www.uh.edu/engines/phrenologicalchart.jpg

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Emmy,

Não sou especialista em frenologia, mas acho que é importante salientar que o Gall foi um dos primeiros defensores da especialização de áreas específicas em funções mentais, o que deu um impulso muito grande para seus estudos.

Posteriormente ele começou a relacionar tasi faculdades com o formato do crânio e fez um grande sucesso, mas estava redondamente errado.

Ótimo fotolog,

Yossi